Ler para saber dos outros, era como ler para saber dela mesma. Uma trivialidade de raciocínio, ainda assim, tinha para ela o lugar de um segredo.
Claro que não era a sua única fonte, havia outras.
Uma delas era um amigo.
Um amigo mais do tipo voyeur que do tipo curioso.
Um pardal amarelo que puntualmente chega à sua casa com as noticias, no instante que ela espalha a manteiga barata no pão francês.
Pardalinho, era tudo menos bobo.