O meu nome é Robinson Crusoe e este é o Sexta-feira.- Estendeu-me a mão, vermelha, dedos grossos, rugosos.
É temente a Deus?
Só quando troveja!
Deus não me havia abandonado totalmente, o homem era inglês! Inglês de língua e de humor, e ainda que não parecesse nada, coberto de pelos e cheio de marcas na pele. Estranhas marcas, como unhadas de gato, caminhos escavados e perfeitamente secos, a pele aí, ligeiramente mais claras. Uma escrita estranha, numa língua antiga, um aviso ou um convite, não saberia dizer. Algo me tinha sido dito que aparentava ser isso. Cicatrizes. O homem inglês estava coberto de cicatrizes. A palavra soube-me a chá.
Homem não come homem! Deus não gosta!
O tal do Sexta-feira falava. Não seria petisco. Procurei semelhantes marcas no corpo do homem azeitona. Não tinha.
Onde estão os outros?
Que outros?
Do meu barco?
Só a encontramos a si menina.
Era verdade então. A voz do capitão tomou todo o espaço dentro do espartilho.
E como se saí daqui?
Não sabemos menina…
O homem inglês colocou-me o chapéu na cabeça e ajudou-me a entrar no que parecia um jardim denso. O homem que era um dia de semana, agarrara os meus sapatos e observava-os enquanto caminhava.
Já dormia na cabana fresca quando me lembrei que nem lhes dissera, que era, Susane Wells de Kensington Road.