Parece que a Joyce Carol Oates, ela mesma, e não só a sua versão Pelé, diz que que correr e escrever são para ela, um gesto contínuo.
Estes dias comentaram-me algo similar do Murakami, corre e escreve e escreve e corre.
Pensando nesses mistérios do escrever, relembro a Duras, cuja musa era o wiske, que é como eu chamo aos bourbons e afins.
Pergunto-me por que ironia do destino, me acontece, de escrever melhor comendo bombons. Desenganem-se os que pensem que é só pelo açúcar. Comendo gelados não me sai nem uma linha, gomas nem pensar. Há algo de mágico na forma acabada do bombom, nos seus desenhinhos que se oferecem à língua, no mistério do que contém, e enfim, porquê negar…aquele travo transgressor.
Temo que a minha gula me reserve um futuro nas artes menores, ou nas calças largas.