O homem estava de negro. Na esquina e sacudia um braço. Ou uma perna. A fazenda negra suspirava de vento. Por dentro uma linha branca, enrugada em linha recta, prendia-se ao pescoço. Não chegava a estar assustado. Nem a deixar de estar.
Sacudiu o pé. Uma ovelha castanha aproximava-se e distanciava-se. Raivosa. O castanho farfalhava de manchas. Um vitiligo de pelo. Um cão muito velho. Ia e vinha. O pé era ligeiro e curto, e o cachorro retrocedia ágil. Apenas uns centímetros. Parava depois como se lembrasse de repente, que era velho, muito velho. O pé do velho parava no ar, como se lembrasse de repente que era velho, muito velho.
O semáforo vermelho, lembrou-se de repente que havia o verde, e que era preciso avançar.
Então o velho, muito velho, entrou no café e o cão que era velho, tão velho, esperou-o à porta.