O senhor Araújo. De seu uma pasta, um fato, uma lata de grão.
Uma filha, que escrevera na secretária, que era de madeira e não uma pessoa. A pessoa que era mãe da filha, vestia saias verdes.
Ele era, obviamente do sporting.
O amor ao clube, dava-lhe pele de galinha, e outras mudanças no corpo.
Depois fez-se velho, deu-se conta, deu, mas muito de vez em quando.
Tinha um sobrinho, ajudou o sobrinho, mas nunca se decidiu a gostar dele. Não soube se o sobrinho o apreciava ou não. Não soube se era apreciável. Era leal, apesar de nunca ter percebido que quando fez a filha, violou a mulher de saia verde.
Ela final até gostava dele. Ainda assim, aquilo tinha sido uma violação.
Araújo era do sporting, mas as suas escovas de dentes, nenhuma era verde. E tinha muitas. Para os dentes, para a língua. Para o pequeno almoço, para o almoço, para o jantar.
Deixa-nos a pensar o que é a vida e se temos uma boa higiene oral.
Reflexões sobre o Testamento do Sr. Napumoceno de Araújo, de Germano de Almeida.