O quarto é branco. Bem branco. Armários, janelas, paredes. Por isso a cama é tão escura, de uma madeira grossa, oriental, colada com força por algum alemão que come muita proteína. Sim quase ao contrário do que costuma ser. A mesa de noite é de madeira também, outra madeira, adocicada e com nome de fruto. Para ler, um candeeiro com cara de estetoscópio. A luz cai na página e cega um pouco, ela as vezes acha que são as palavras.
É difícil saber ao certo, sobre as palavras apareceram umas asas, de mosca. Pequenina e rápida, dessas de casa de banho, ela pensou. A mosquita, dessas de casa de banho, no quarto voando perto da luz. Vai-se queimar, talvez. Pousou na sombra enquanto ela lia. Voltou para a lâmpada quente quando as palavras sossegaram. Inquietou-se. Fugia à metáfora, a mosquita, e ela dormiu inquieta.